Introdução:
O azul é uma das cores mais amadas do mundo, mas por séculos foi um verdadeiro desafio obtê-lo. Antes dos pigmentos modernos, ele era raro, caro e cercado de histórias curiosas, incluindo tintureiros que usavam até urina fermentada para fixar o tom.
Fiquei chocadaaaaa quando li sobre essa parte, sendo que é uma das minhas cores favoritas.
1. O azul do pastel na Europa medieval
Na Idade Média, especialmente entre os séculos XII e XVI, o azul era obtido a partir da planta pastel (Isatis tinctoria), cultivada principalmente na França, Alemanha e Inglaterra.
O processo era trabalhoso: as folhas eram trituradas, deixadas para secar e fermentadas em grandes cubas. O resultado era um pigmento esverdeado, que só se transformava em azul quando exposto ao ar.
Pastel-dos-tintureiros (Isatis tinctoria)
2. O segredo dos tintureiros bêbados
Para intensificar a fixação da cor, os artesãos usavam a urina humana como fonte de amônia. Em cidades como Toulouse (França), onde o pastel era uma indústria poderosa, era comum encontrar tintureiros colecionando recipientes de urina para fermentar os pigmentos.
A tradição popular dizia que, para “melhorar a urina”, muitos tintureiros bebiam grandes quantidades de vinho ou cerveja — daí a fama dos tintureiros bêbados.
Pensei assim: "... Quem será que teve essa ideia de obter o tom através do processo mais curioso..."
3. A chegada do indigo e a mudança na história
Por volta do século XVII, com as rotas comerciais para a Ásia, o índigo verdadeiro (Indigofera tinctoria) começou a chegar à Europa, principalmente vindo da Índia.
Esse pigmento era muito mais intenso, fácil de produzir e barato do que o pastel europeu. Aos poucos, o indigo substituiu o pastel, e o método baseado em urina caiu em desuso.
No século XIX, com os avanços da química, surgiu o azul sintético (azul de anilina e posteriormente azul de ftalocianina), tornando a cor acessível a todos e liberando de vez os tintureiros de métodos arcaicos.
Então...
Do pastel europeu às plantações de indigo da Índia, até os pigmentos modernos, a história do azul mostra como a humanidade sempre buscou essa cor fascinante.
Hoje, felizmente, não precisamos mais de urina para alcançar o tom perfeito. Mas a curiosidade histórica revela a importância simbólica e cultural do azul, que na arte abstrata continua sendo um tom de profundidade, serenidade e contemplação.
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